Buscando não se sabe bem o quê.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O Significado das Invenções


O perfume transparente na cama lacrada sem porta e nexo. Caiu o fluxo de tudo, ninguém passa e não se ouve nem mesmo o assovio de uma alma que passa. Faca longa, manchada de cheiro de carne cortada para fazer o almoço. Enquanto isso, do outro lado de tudo alguém imagina uma cena cruel para fazer um corte e transformar a vida num roteiro de grandes emoções. Como se fosse um filme B, um longa curto, uma cena simplória e cheia de significados. Mas ninguém entende nada. Nadita. Nem o copo vazio de água velha que cai sobre a mesa vazia, quase escura, onde os estigmas se reunem para jogar cartas fora. E tudo é muito tolo. Muita perversidade, lacunas de ganância, receios de soberba. Quando o velho senhor, arma suas invenções e caminha pelo canto preocupado com o destino de seu filho, que é fraco, e não tem grandes luzes, ele desafia todos os ritos para entender os defeitos de uma educação sem limites. Maldita hora, pensa. Maldito lugar, imagina. E o toque sutil do relógio desafina porque o tempo não tem fim e ninguém consegue acordar na hora certa. O mundo está cheio de pesadelos, sonos intranquilos, conversas eloqüentes sobre o nada. E o maluco não percebe que sua hora já chegou e que suas frases desconexas tem algum significado para o velho inspetor que anota os versos de sempre enquanto imagina o destino de uma certa humanidade que continua viciada pelos mesmos motivos.

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