Buscando não se sabe bem o quê.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

As Lavadeiras de Itaituba




Sérgio examina as fotos no site da Unesco. Seleciona o país, o Brasil. As imagens surgem rapidamente na tela e ele clica em cima das lavadeiras de Itaituba, interior do Pará. As mulheres lavam as roupas no rio. Elas ficam sentadas espremendo sua vida nas bacias. Ali passam os dias, conversando, trabalhando, jogando conversa fora nas águas do rio. Todas usam vestidos claros. São pessoas simples de um país miserável. E Sérgio está ali sentado confortavelmente na poltrona no melhor bairro de uma cidade do sul. O país é o mesmo, mas é outra região. As mãos que apertam o mouse continuam suaves. Elas estão limpas, mas seus olhos estão cansados. É necessário tomar um gole do café preto que Salomé preparou antes de ir. Ela também trouxe da cozinha bolachinhas sem sal. Atrasada, tomou o trêm das onze em direção à periferia. Salomé é clara, diferente das mulheres calejadas de Itaituba. Sérgio está só e aquela foto causou impacto. Talvez o olhar humilde daquelas senhoras. Algumas parecem tão velhas, mas não são. Os rostos enrugados contam a história de dias inteiros ao sol. Amanhã cedo quando Salomé chegar ele vai mostrar para ela a foto e vai comentar, como é dura a vida no norte.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Por que o Brasil é Assim?




O taxista, que me trouxe de volta da Boca, me disse que minha camisa de grife, comprada na Recoleta, pode ser adquirida a preço de banana no bairro Once. Juro que morri de vontade de pegar o subte e ir até lá bisbilhotar. Mas não fiz. Sei lá, não deu saco, não deu vontade, não deu nada. Agora é tarde, porque já tomei o avião e estou de volta. E o retorno não é fácil. Quando se visita lugares subdesenvolvidos o retorno é uma maravilha, mas quando se viaja para lugares mais evoluídos, charmosos etc... o retorno é extremamente deprimente. Lembro que a primeira vez que eu fui para a Europa, com mochila nas costas, dormindo em ferroviarias, hoteis baratos e hostes eu passei alguns dias em São Paulo e fiquei muito mal quando vi os ônibus lotados passando pela Av. Rebouças. Perguntei para mim mesmo: por que o Brasil é assim? Agora novamente, faço a mesma pergunta: Por que o Brasil é assim?

O dia em que o chão sumiu




Tia Lu -- tadinha dela -- foi para o Rio de Janeiro andar de escada rolante no Shopping da Barra. Nervosa, ela titubeou para se equilibrar, mas, enfim, conseguiu se firmar na escada. Segurou secamente o corrimão. Quando chegou lá em cima não soube o que fazer, porque o chão estava acabando até que sumiu. Tia Lu desequilibrou e caiu. A perna - toda ela - ficou dormente. Foi socorrida pelos seguranças que a colocaram numa cadeira de rodas e encaminhada para o serviço médico. Nada de grave disse a enfermeira segurando o tornozelo. Logo depois do susto, já de pé, tomou um chá de camomila e saiu feliz da vida. Tinha algo para contar.

Eu vi


visited 31 states (13.7%)
Create your own visited map of The World