Buscando não se sabe bem o quê.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lolô




Liguei para Doralice, mas não consegui falar com ela. A mulher da operadora disse que o telefone não existe. Fiquei preocupado. Ansioso, tomei o taxi e fui para a Tijuca. Ninguém em casa. Nem mesmo sua vó. Estranho. Deixei um recado, para ela me ligar. O telefone e tudo.

De tarde, em Copa, recebi seu torpedo: me espera que estou indo. Comprei uma camisa e fui para a sauna. De banho tomado corri para a casa. Lá estava ela, toda de dourado. Linda como Gina Lollobrígida. Minha Lolô! disse para ela. Desconfiada ela me olha: Lolô, eu hein!

Acordado




Para aqueles que não querem ouvir eu esboço o meu soluço. Sou sonâmbulo, caminho pela casa na madrugada repleta de chuvas e tormentas. Tudo parece tão sóbrio e isso me faz ficar calmo. Ligo a rádio AM e escuto a difusora. O radialista diz que o temporal está forte. Eu ouço em silêncio abaixando o volume do pequeno equipamento. O samba de Clara Nunes reanima minha vida. Volto aos lençois pronto para o dia que está por vir.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Triste




Mãos masculinas carregam as aldravas douradas da caixa pesada. A vida é finita e ficamos perplexos diante do fim. Os espíritos silenciam. E proclamamos nossas orações de olhos fechados. Temos de acreditar em algo. Guarda-chuvas acompanham o ato. Alguns choram outros não. Os pingos caem no final da tarde. Eles engrossam. O silêncio é absoluto. O frio acalma. A pá espalha cimento sobre as aberturas. As flores são expostas sobre o túmulo. E todos se vão. Fica o corpo. Ficam as cinzas. Fica a vida que já existiu.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Um Dia a Gente Descobre


Por favor, a senhora do 208.
Ela saiu?
Foi para o aeroporto?
Obrigado.
Ela foi embora, porque descobriram
que toda malvada é psicopata.
Dizem que ela foi para Portugal.
Que comprou apartamentos.
Sei lá.

O Implicante - Parte Um ou Parte Única




Fui pego pela implicância. Ela me liquidou. Fiquei chato, acabrunhado, quase casmurro. Sou um implicante. E sou um implicante mordaz, insensível, aquele que não sabe parar quando deve parar. Sou um implicante chato. Desde pequeno fui assim. Um pé no saco.

Sinto vontade de implicar, deixar as pessoas furiosas, criar casos inconsequentes, ciladas manhosas, cizânias inverossímeis. E quando as pessoas entram nas curvas das minhas artimanhas. Elas sobram. E eu berro de gargalhada.

Falo isso agora aqui sozinho no meu apartamento vazio. Ele está cheio de memórias que eu guardo aqui dentro. Resolvi colocar para fora aqui no Blog. Porque um dia eu pego aquela gatinha.

Eu vi


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