Buscando não se sabe bem o quê.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Rio Grande


As vozes que cantam
fazem cena
viram espetáculo
dizem luzes
lugares foscos
do maquiavélico maniqueísmo
tremenda chatice
Grande Rio Grande
berço da divisão
que gosta de beber o caldo
oco do discurso opaco.
foto de Luiz Eduardo Achutti fotografando Iberê Camargo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Horror de Conhecer


Quem sabe um dia isso tudo possa funcionar mais perfeitamente. Assim como relógio da ante-sala de um velho caduco que acerta sempre as horas, na manhã, na tarde e na noite. Não quero cucos, nem ponteiros adormecidos, não quero mãos dormentes apontando as horas e confundindo as coisas, como sempre ocorre. Não sei bem o que eu quero. Não sei porque escrevo essas coisas. Prefiro assim do que assado. O que posso fazer? Não pergunte para mim, porque aqui só vais receber respostas: sinceras e insinceras. Tanto faz, tanto fez. E um belo dia, quando tudo isso passar e o passado tomar o lugar do presente vamos discutir tudinho, ponto por ponto, item por item e nada vai poder passar. Vamos ter de perceber tudo, o inesgotável tudo, o insustentável tudo, o intempestivo tudo. Porque as pessoas gostam de ser tão perfeitas e ficam impacientes quando se olham no espelho e enxergam a ruga da noite mal dormida, do dia de porre, da cara amassada pela desilusão da idade tardia. É melhor quebrar todos os espelhos do mundo e começar tudo do zero, do nada, do absurdo, até nada sobrar. E depois quando tudo estiver zerado e o nada tomar conta do tudo, vamos juntos sonhar o inconsciente, o inconsistente, como jogo de palavra maldita.


*foto de Boris Kossoy

Eu vi


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