Buscando não se sabe bem o quê.

sábado, 19 de março de 2011

Meu Sonho



Quando L. ligou eu estava no meio do sonho. Ela disse: J. já cheguei em São Paulo e estou esperando o vôo para Manaus. Te acordei? Sim, eu disse, estava sonhando. Eu, tu e o H. estavamos caminhando perto do colégio quando encontramos o R.C. e a Q. Mas a Q. estava tão pequeninha e o H. tão grande que parecia um adolescente. O R.C. nos disse: achei uma casa parecida com a de vocês para a gente dar uma olhada. Mas eu conheço essa casa, eu disse, olhando para as paredes amarelas e as janelas brancas, até mesmo, quando guri, joguei botão nela, ali na garagem. O R.C. abriu a porta e entramos numa sala desarrumada onde três rapazes dormiam em colchões no chão. Ao lado deles três Iphones. E a L. resolveu dar uma olhada nos Iphones. Eu disse: francamente L. Ela desistiu e entramos nos outros cômodos. Havia uma escada que separava duas salas e mais pessoas dormiam em colchões, ao lado de todas elas, Iphones. De repente apareceram três cachorros, ou melhor: três cachorrinhos que começaram a nos cheirar. Nessa hora me dei conta que estava usando apenas a camisa do pijama e as meias. Estava sem calça e a L. me emprestou uma sacolinha daquelas que os turistas usam para carregar dinheiro em viagem e rapidamente a coloquei para tapar meu pinto. Mas minha bunda continuava a aparecer e L.  me deu uma camisa branca que enrolei na cintura. Fiquei mais confortável. Nisso, os cachorrinhos começaram a morder minhas meias. Foi ai que a L. me ligou anunciando que estava em S. Paulo a espera do vôo para Manaus.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Onde Foi Que Eu Errei?


O professor disse, na sala de aula,  que todos devemos transgredir. Não sabia que ele era ralador, porque no final ele me ralou. Não que eu tenha rodado na matéria, mas porque ele simplesmente me deu uma nota muito menor do que eu esperava. Passei por pouco, mas passei. Mesmo assim, irresignado mandei um e-mail para ele questionando o resultado. E ele não respondeu e  nunca me disse onde foi que eu errei. Talvez eu não tenha passado no teste da transgressão, porque, no final das contas, acabei por aceitar  quase que pacificamente o resultado.

Carícias


Desperto com a nudez imensa sobre mim. Ela me excita. Tento acariciar, mas não consigo. Volto a  procurar, todas as noites eu  procuro, nas madrugadas eu  procuro.  Certas horas  fico em dúvida. Em outros momentos tenho absoluta certeza. Por isso - insisto - nunca sei e creio que jamais saberei.  Acordo vazio. Tento, mas não consigo sentir  o cheiro do tato, o hálito da boca, o perfume dos pés, o refresco das mãos, porque os limites são forças que impedem a troca de nossas carícias.  E não consigo mais encontrar minha fronteira.

terça-feira, 1 de março de 2011

Indômita


O jipe se equilibrava nas estradas molhadas e esburacadas do Lami. Nem parece Porto Alegre, comentou Rafael excitado e impressionado com o jeito dela, a maneira como olhava, como dirigia, sua forte determinação. Glória nada disse depois que se encontraram no Ocidente e a única vez que ela abriu a boca foi para convidar  para dar uma banda, tomar um drink em seu 'porto seguro'. Era isso o que ele procurava, uma aventura. A estradinha se fechou até chegarem a uma casa escondida. Ela desligou o farol e se beijaram, as mãos acariciaram os corpos e ele notou uma pequena cicatriz na barriga dela. Incomodada, ela disse que aquilo era a marca de um relacionamento equivocado. Sempre determinada ela subiu os três degraus até alcançar a pequena varanda da casa simples de madeira, singela e aconchegante. A sala, a cozinha, o quarto, o banho. Todos os detalhes cuidadosamente arrumados e decorados:  colchas de retalhos, bibelôs, uma pequena estante de livros pocket. A cama pequena, mas confortável.  Deitaram sobre a colcha, mas não se tocaram. Ela tirou a roupa e ele também. Em silêncio  se observaram com olhares atentos. Glória, depois de alguns bons minutos, pegou o canivete que estava escondido ao lado do abajour e mostrou para Rafael . Assustado ele disse: você não vai cortar o meu pinto, né? Ela riu e subiu em cima dele, encostando seus pelos em sua barriga. Excitado ele atiça: vamos, seja fêmea, feroz, suba, monte, mostre o que você sabe fazer. E ela - de canivete na mão - fez.

Eu vi


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