Buscando não se sabe bem o quê.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O Canto do Bem-Te-Vi


Noite de sonho curto. Insone. Insossa. O quarto frio de hoje e amanhã. Das últimas horas. Das próximas horas. E quando chega a manhã de neblina, o corpo pesa, a dor na cabeça, o coração sente. E se olha em volta, para todos os lados. Nada se reconhece. É tudo tão estranho. É tudo muito novo. O calafrio toma conta de tudo. É impossível pensar muito. Ninguém consegue soltar lágrimas secas numa hora dessas. Ninguém consegue ser razoável. Noite de intolerância consigo mesmo. Noite que não acaba. E já é manhã. Fria primaveril. Pode ser bonita, pode ser feia, tanto faz. Tanto fez. O olho que olha fixo sem enxergar. Pensando em alguma coisa sempre incerta, insossa, insonia. Cadafalso. O calafrio da madrugada. A batida do relógio que não para de bater. O tock tock do tempo que passa e não passa. A luz do relógio das altas horas. Que horas são? Que horas foi? O tempo que bate e não pertence a ninguém. A todos. Falsidade. O cheiro do café, do mate amargo, da flor da manhã. O barulho da avenida lá embaixo. Os carros que passam e não olham. Ninguém quer olhar. Apenas ninguém. Tanto faz, tanto fez. O bem-te-vi que canta perto da janela e que inventou a cor do dia.

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Eu vi


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