Buscando não se sabe bem o quê.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

A Eterna Compensação


Fim do dia a fome pega o sujeitinho desprevenido e alimenta forte sua barriga. Pior se for no happy hour do pessoal do trabalho. É chopp e chopp e a barriguinha fica longe, bem longe, de ser tanquinho. Por isso resolvi aderir ao feitiço de Santa Endorfina e faço três vezes por semana aulinhas de musculação. Abdominais para começar, bíceps, tríceps, ombros, costas, pernas para que te quero. E assim vou modelando meu corpinho como se fosse astro do basquete internacional. Mas a verdade não é essa. O chopp, o vinho, o trago e a guloseima continuam presentes no meu cardápio. O velho assalto a geladeira, também. São nacos e nacões de queijo colonial. O adorável parmesão feito nos recantos de cima da serra. Para compensar esses nacões da vida, preparo deliciosas rúculas, alfaces e agriões. e mesmo assim, meu colesterol está elevado, além do normal. E apelo, rezo enlouquecido, para a Santa Endorfina me dar uma força, uma forcinha para mudar meu hábito de vida. Os vícios que a vida impõe são praticamente insanáveis. Os viventes vivem na eterna compensação. Uma porção de batata frita corresponde a duas voltas no parcão. Um gole de vinho tinto, corresponde a 20 abdominais. E assim vai. É tudo muito muito, muito desproporcional. Os medidores, os dietistas, os médicos especializados deveriam inventar novas fórmulas. Vão estudar, desgraçados, criem novos métodos. Sei lá, façam alguma coisa.
(a tela acima é de Edward Hopper)

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