Buscando não se sabe bem o quê.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pequeno Tour Mitológico




Ulisses ou Odisseu e sua amada (e traída) Penélope - obra de Francesco Primaticcio (1505(1505)–1570(1570))


Meu sonho é ser um deus grego

Longe de casa, depois de 20 anos, o rei Ulisses retorna ao lar. Depois de uma odisséia de tanto tempo ele reencontra sua Penélope e o filho Telêmaco, o guri tinha dias quando seu pai foi convocado para a guerra de Troia, aquela do presente de grego. Ítaca mudou muito em 20 anos, a barbárie do caos quase tomou conta da situação, porque pretendentes não faltavam e todos queriam o lugar de Ulisses. Além disso, (por que não?) eles cobiçavam sua mulher. 10 entre 10 pretendentes queriam mesmo é deitar com a bela (e gostosa) Penélope. A lenda diz que ela se manteve fiel. Mas Ulisses ao lar retornou e o que efetivamente importa é que a harmonia da ordem cósmica, enfim, foi reestabelecida. O final é feliz, porque assim devem ser todos os finais. A ordem deve sempre preponderar diante do caos e a gente nunca pode se esquecer disso. Ulisses, em sua longa viagem, travou sua grande luta contra o esquecimento. Esse foi seu grande desafio, sua grande odisséia. Ele foi amarrado no mastro do navio para não ouvir o canto das sereias, preferiu não provar a flor de lotus que deixa o vivente abobalhado e esquecido. Mesmo assim, com todas essas façanhas, não conseguiu se afastar do pecado da carne, pois foi para a cama com outras mulheres, sobretudo com a bela bruxa Circe e a ninfa Calipso que lhe prometeu -- vejam só -- a imortalidade. E o bom herói Ulisses recusou tudo isso, porque o que efetivamente importa é voltar para casa e recuperar a normalidade perdida. A harmonia e o equilíbrio dependem disso, da volta de Ulisses. Não importa a que preço, uma vez que todos os companheiros e soldados de Ulisses não resistiram à odisséia, só ele sobrou, só ele voltou. E Zeus, o deus dos deuses, aquele que luta de forma um pouco ambivalente pela manutenção do cosmos tinha até uma grande simpatia pelo herói grego e juntou os pauzinhos para que o final fosse feliz. E foi.





A bela Pandora e sua enigmática caixa que era um vaso, por Jules Joseph Lefebvre, 1882,

Eu poderia contar antes o mito de Prometeu, pela ordem lógica dos fatos, mas em homenagem às mulheres, esses seres tão encantadores, prefiro iniciar com Pandora. O mito, na real, é o mesmo. Começa assim: na idade de ouro, quando tudo era perfeito e não havia caos, o mundo era habitado apenas por homens. Eles eram assexuados, não se reproduziam, não brigavam, não faziam cizânias e nasciam e morriam de acordo com a vontade dos deuses. E a morte sempre era boa. Depois de certa idade, o vivente dormia e puf, morria. O mundo era paz. A comida era farta e não era necessário trabalhar, porque os deuses se encarregavam de alimentar os humanos. Tudo, tudo, tudo perfeitamente harmônico e organizado. Na verdade, uma puta chatice. E Zeus, o grande e poderoso Zeus, incomodado com a rotina do mundo perfeito e totalmente equilibrado (sim os deuses têm sim suas ambivalências) , se deu conta disso e resolveu colocar um pouco de graça e de caos no mundo e, nesse sentido, resolveu criar a mulher. Ela se chama Pandora, linda, sexi, exibida e que almeja sempre além da conta e, evidentemente, enlouquece todos os homens que olham e convivem com ela. Além de criar a exuberante Pandora, Zeus deu a ela uma caixa que, na verdade era uma ânfora, que tinha de ficar fechada com todas as hybris e pecados possíveis. No fundo do recipiente se encontrava a esperança. E a caixa foi, evidentemente, aberta e a humanidade, enfim, se tornou mais humana (e menos cósmica), porque passou a conviver com o (necessário) caos.




Prometeu traz fogo à humanidade, tela de Heinrich Fieguer, 1817

Tudo isso começou porque o tadinho do Prometeu -- esse titã que tinha quick mind e percebia tudo na frente dos outros -- junto com seu irmão Epimeteu -- aquele burrinho que só entende depois que todos já entenderam -- esses curiosos irmãos titãs resolveram criar os animais e os homens - lembrem-se apenas os humanos do sexo masculino. Mas Prometeu cometeu um erro crasso, deu aos homens o que era exclusivo dos deuses, o fogo. E foi punido por Zeus que o acorrentou no alto da montanha e todo fim do dia uma águia o visitava para comer uma parte de seu figado. Isso doi para dodoi. Como Prometeu era titã e, portanto, imortal não podia ele morrer de fome, de sede e de medo, atributo que só os humanos têm. O que é melhor, morrer ou ficar acorrentado numa montanha sendo devorado todo dia por uma aguia amaldiçoada? Mas Zeus com sua ira não puniu apenas o titã, os homens também foram punidos (punidos???). Como já referi, Zeus criou Pandora, a primeira mulher, aquela que trouxe ao mundo os necessários pecados, as gotas do desequilíbrio, as confusões e o caos.

Um comentário:

Bípede Falante disse...

Συγχαρητήρια!
Me senti em um cruzeiro pelas ilhas gregas sem ter enjoos!!

Eu vi


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