Buscando não se sabe bem o quê.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Fulana




Os colegas de trabalho me pediram. Não havia como trabalhar com ela. Criava cizânia, vivia reclamando, organizava intrigas. Mas ela era uma boa profissional. Os colegas me deram um ultimato: era ela ou eles. Resolvi chamá-la na minha sala e iniciei a conversa: fulana, você é nova, você está estagiando, tem todo um futuro pela frente, mas está havendo problemas por aqui e você sabe disso. E fica complicado para mim trabalhar com um grupo desunido. Eu preciso de convergência. Infelizmente, fulana, não vai dar mais para a gente trabalhar junto.

Ela me olhou com os olhos bem arregalados e as lágrimas começaram a cair e se descambou a chorar. E chorava e chorava. Eu, desajeitado para esse tipo de incidente, não sabia o que fazer e o que dizer. E a fulana chorava: dizia, como vocês podem fazer isso comigo? Depois de uma pausa falei: fulana, assimila. Vou te dar mais uma semana aqui, mas assimila.

O tempo passou, a vida continuou. Semana passada encontrei a fulana. Ela disse que estava ótima, que estava trabalhando, que queria fazer concurso, que estava para casar com um Juiz, etc. Eu fiquei apenas ouvindo, escutando o que ela dizia com certa ansiedade. Nos despedimos e cheguei a boa conclusão de que ela assimilou.

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Eu vi


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