Buscando não se sabe bem o quê.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Anos de Vida





Não fosse a luminosidade dos faróis ele nem perceberia que estava sendo seguido. Atravessou a rua quando a chuva engrossou e levou na cabeça o tiro chumbado de uma arma de grosso calibre.
Ficou em coma sete meses, recuperou a consciência e carregando a cicatriz na testa e na cabeça passou no mesmo local um ano depois. Queria conhecer o dono da arma que o fez perder um ano de vida.
Nada encontrou por ali naquele dia e teimoso insistiu. Depois de um certo tempo conseguiu identificar o suspeito. Era um homem baixo de cabelo e pele branca. Seu nome, Nicolau e com ele fez amizade.
Tornaram-se amigos eventuais e quando se encontravam até contavam piadas. Numa dessas noites, num canto de rua escura, ele ergueu o canivete até a artéria mais grossa do pescoço e Nicolau tombou morto na hora.
Ele correu, se escondeu, foi para Curitiba e ficou sabendo que estava sendo procurado e uma preventiva já tinha sido deferida.
Foi quando ele se lembrou das histórias que seu avô contava sobre a juventude numa pequena cidade no interior da Croácia perto do mar Adriático. Era sua chance, gastou suas últimas economias e conseguiu alcançar o Uruguai para se deslocar, de avião, para Madri.
Na Croácia conheceu Erika que lhe ensinou a lingua e a boa técnica agrícola. Lá, como agricultor familiar ele fez história até que um dia a Interpol bateu na sua porta. Sua filhinha, Zara, ainda nem tinha um ano quando ele foi levado para Zagreb.
As autoridades judiciárias decidiram pela extradição e ele teve de voltar para o Brasil e hoje cumpre pena numa penitenciária de uma grande cidade brasileira. Em pouco tempo ele conseguirá passar para o regime semi aberto.

Um comentário:

Terráqueo disse...

Muito boa essa história.

Eu vi


visited 31 states (13.7%)
Create your own visited map of The World