Buscando não se sabe bem o quê.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Reflexão Intempestiva Sobre Uma Fuga




Por causa de um turbilhão de coisas não consegui praticar o meu nefasto exercício. Rolei para trás diante de tão grande problema que me estiquei todo na cama e só fui acordar depois do compromisso encerrado. Não fui, não levantei, estava com preguiça, gripado, com o corpo dolorido, cabeça inchada, fui vitimado por pesadelos horríveis, monstros apavorantes, mutantes que se modificam como camaleões em fuga. E acordei com essa sensação estranha de "deja vu", iluminado pelo pequeno abajur que piscava com o mau contato ou com a queda da energia. Não era dia de temporal. O pijama não estava mais seco. Ele estava sujo como os lençois. Sensação de estar em outro quarto, em circunstância indefinida, em outro pesadelo a procura de um paraíso formoso que não existe. Ninguém por perto, graças a Deus. E depois de virar e desvirar e esticar novamente os braços na direção errada eu levantei e nem queria saber a hora. O compromisso já era. Voltei a pensar, ao lado do meu nome, no boletim, a palavra falta e a nota zero. Eu -- que conheci outros lugares, que sabia falar inglês, que rascunhava as frases em francês, que era o sujeito compulsivo pela matemática, que dominava as sínteses da interpretação de texto -- havia me tornado um fugitivo.

Imagem de Marcel Dzama, pescada daqui.

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Eu vi


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