Buscando não se sabe bem o quê.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Meio Dia


Manhã de espera aguardada. Quanto riso, quantos rostos que não se conhece. Mas que bom que é assim. Se fosse de outra forma, a insegurança tomaria conta de tudo e não seria mole descer a ladeira da vida. Na incógnita, disfarçado de alguma coisa mais simbólica, com a máscara de sempre ele sai para a rua da vida, desce as escadas e entra no coletivo onde as pessoas apenas respiram a ansiedade do dia comum. E no fim da linha, na parada mais próxima dali, ele se perde na lembrança da tarefa que organizou fazer. Por que mesmo eu vim aqui? Indaga. Olha o relógio que não tem e parte para a mesma estação de onde chegou. Qual o caminho a tomar? reflete. E passa duas horas ali, tentando pensar em alguma coisa. Qualquer que seja ela, um simples gozo, uma pequena admiração, a busca de uma agenda interrompida. E chega a incansável conclusão de que a vida foi feita de receitas tolas, mas o tempo custa a passar e o ambiente está cheio de ambulantes como ele que se disfarçam com as mesmas simples roupas do dia a dia. Tá todo mundo nu, imagina. E a hora de ir embora, enfim, chegou. Ele toma o mesmo caminho de ontem, além de outra gotas. É tarde, pensa, enquanto ouve o o relógio central bater no coração do meio dia.
*foto de Ricardo Alcade.

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