Buscando não se sabe bem o quê.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Procuro sombrinhas para me proteger do calor da luz



Minha quentinha não chegou e eu aqui preso. Sentado esbaforido no chão da laje fria esperando o anúncio chegar. Que horas são? Falta pouco ou falta muito. E isso me corta os nervos. Fico tonto de tanto pensar. Preciso de algo, alguma droga refrescante que me faça dormir. Um pequeno drops para aliviar minha boca mal cheirosa. Estou pressentindo o perigo em todos os lados. Meu olhar atento se confunde com minha prejudicada audição. São vozes e cheiros incômodos que vêm de todas as partes. E eu atravessado no porão de uma cela cerrada, sem portas, sem vidros ou janelas. Quero grades para segurar. Um alçapão para ouvir o som da madeira batendo. Porque perco os sentidos, minha boca está seca. Não tento, porque não consigo balbuciar. Palavras, elas existem? Ou apenas pequenos significados que atordoam a memória. Esqueci a curva de meu próprio círculo. Não existe tangente, nem núcleo e nem célula. A fome nunca sacia e a quentinha não vem. Soluço diante da inércia do vácuo.

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Eu vi


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