Buscando não se sabe bem o quê.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A Triste História da Princesa Que Morreu de Felicidade


Era uma vez uma princesa que morava na torre mais alta do castelo mais alto da história da humanidade. Lá de cima da torre ela enxergava o horizonte mais distante, mas apenas quando o tempo não estava nublado. Geralmente, as nuvens tomavam conta da paisagem e ela apenas enxergava neblina. Dentro da torre a querida princesa tinha um belo aposento com cama de dossel, paredes pintadas, cabeceiras deslumbrantes e uma porta que estava sempre fechada. Na verdade, essa porta, a única saída que havia, estava lacrada. A princesa estava presa em um aposento sem espelhos. Ali distante de todos, no topo do mundo, a princesa passava os dias olhando a paisagem sombria pela janela. E quando anoitecia ela deitava, mas não dormia porque havia dormido demais. Mas ela sonhava acordada com os dias que ela iria passar quando saísse dali. Era certo que um belo principe iria, finalmente, salvá-la. E ela sonhava acordada todas as noites e todos os dias. Um belo dia quando o sol nasceu forte e as nuvens não apareceram, de sua janela no alto da grande colina, a princesa avistou no horizonte um homem em um cavalo branco se aproximando pela estrada cheia de poeira. Seu coração começou a bater muito forte, porque era hoje o bendito dia em que ela seria beijada pelo mais nobre e belo príncipe de todas as histórias. Ele se aproximou do castelo e atravessou a ponte que liga ao portal. Ali mesmo ele levantou a espada e gritou para que todo mundo ouvisse: Vim salvá-la, nobre Princesa do Alto do Mundo. Vim libertá-la para caires em meus braços! E a nossa história, enfim, acaba. O príncipe das Terras de Baixo havia conseguido a chave da torre mais alta com um velho ancião que circulava caduco pelos prados verdes da encosta, balbuciando palavras sem nexo e carregando consigo um grande enigma. De posse dessa chave dourada o príncipe percorreu três continentes e ali chegou. Subiu todas as escadas do velho castelo e abriu a porta com certa facilidade. Aberto o lacre ele se deparou com a princesa. Ele jamais esqueceu o que aconteceu. O príncipe ficou sabendo depois que a princesa era a verdadeira Bela Adormecida que dormiu cem anos, até que o feitiço caducou. De tanta emoção por ter conseguido, finalmente, respirar o ar da liberdade, o coração da princesa não aguentou. Ela morreu de felicidade.

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