Buscando não se sabe bem o quê.

domingo, 18 de maio de 2008

Membranas da Insignificância



Domingo de trago e jogo na tv. Desperta na hora que quer. Deitado no meio do nada. Que se dane o mundo. Idealizando nostalgias do nada. Hoje é dia de Gerald - foda-se o mundo - Thomas. Se o time perdeu, empatou ou ganhou, tô nem ai. Foda-se o mundo. Foda-se tudo, inclusive a garrafa do trago, bebida estúpida que invade a mente e deixa tudo como está, vesgo, tonto, insosso. Coração hipócrita. E não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo. Rejeito todas as drogas de aluguel. Coração maduro, rouco amaldiçoado, perene, cego como um deus que cativa a mente da hipocrisia. Tô nem ai, você está? E numa passagem distante lá vem a multidão carcomida pelo vício da estupidez. Eles correm, todos certinhos, alinhados, vestidos com a mesma cor, indo e vindo na direção contrária. Mas você se enganou e pensou e sentiu que eles eram uma miragem, uma estúpida miragem. Grave equívoco de quem não percebe a realidade do mundo dos sonhos; Eles vêm exatamente na tua direção. Eles querem amaçar tua vida. Eles te querem; E quando eles te alcançarem, no meio da correria, você não será mais ninguém. Você voltará a ser nada. Eles vão te absorver. Vão sugar teu líquido, tua membrana da insignificância. E você será estúpido como eles. E o dia se foi e você vai carregar consigo a estranha sensação de que hoje foi um dia sério para averiguar a estupidez humana. Não adianta ver DVD's do Cartola e dizer que o Nei é o máximo. Ninguém te ouve e ninguém te quer. Ninguém sabe nada de ti. Assuma sua insignificância, coração de vivente! Assuma - rápido - o que você é. Porque amanhã será tarde. Tarde demais para recuperar o que se foi. E daí?

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