Tenho pouco tempo, prefiro correr. A noite apaga. Tenho de fazer algo. Se aproxima. Está no limite da hora. O despertador que não chega. Ela vem e tenta me encantar. Hipnotizado- sigo os passos, mas resisto. Digo não. Não quero, não tenho vontade. Sai fora. Pesadelo cínico. Levanto apressado da cama que dorme quente. Visto meus pés nus. Assumo compromisso com minha dignidade. Busco o ser invencível, incorruptível, apesar de minha alma corrompida por um passado sem significado. Tento ser outro, eterno outro. Quase o mesmo, mas diferente. A necessária formatação pelo acaso da vida. Não caio mais em maluquices fogosas. Passatempos vorazes. Armadilha da insignificância. Busco o outro em mim. Qualquer que seja o outro em mim.
(Escultura acima é de Ron Mueck)
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