Buscando não se sabe bem o quê.

domingo, 5 de agosto de 2007

O Eterno Retorno


Nietzsche sempre me fascinou e atordoou. Volta e meia me deparo com ele. O eterno retorno de sempre. Luc Ferry me reapresentou a Nietzsche, o carinha da pós modernidade, o filósofo do martelo, o aniquilador de ídolos, o crítico do inchaço metafísico, aquele que diz que o real é um caos que nada tem de cósmico ou divino. O mundo como pluralidade irredutível de forças, de instintos e pulsões que vivem em confronto. O mundo como fluxo perpétuo, desestruturado, caótico, fragmentado, ilógico, despejado da bela unidade que a perspectiva e o respeito às regras da harmonia conferiam às obras de arte do passado (forças ativas). O racionalismo científico é uma ilusão. As forças reativas, as que se expandem e produzem todos os seus efeitos reprimindo, aniquilando e mutilando outras forças. A força da reação à metafísica, à ciência e à religião que pretendem ascender às verdades ideais e que não pertencem ao universo corporal. A moral do imoralista que acredita -- finalmente -- numa conciliação de todas as forças ativas e reativas. O novo ideal, a grande arquitetura, a grandeza, o entendimento entre poderes opostos, a coalização de forças irreconciliáveis. O grande estilo. O senhor do caos interior, aquele que força o caos a assumir forma, o agir lógico, simples, categórico. Novamente o grande estilo que domestica e integra as forças reativas. A harmonia como condição essencial para se viver bem. A vontade da vontade. O amor fati, o amor do momento presente, do destino, a inocência do devir, o eterno retorno, a salvação terrestre, sem ídolos e sem Deus.

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