Ele bate no peito e respira. Sabe que está atrasado. Ele perde o tempo necessário fazendo coisas que não precisava fazer. Ele sabe disso. E por isso respira e respira fundo, porque ele entende. Ele tem noção. Ele não é um tonto. Sua consciência está toda hora advertindo. Mas ele é insistente. Sabe que um dia essas coisas podem dar certo. Ele é um sujeito de esperança. Ele tem fé de que a insistência pode gerar a necessária riqueza. Ele insiste porque ele acredita naquele futuro. Mas ele pode estar enganado. Ele pode estar totalmente enganado. E certos equívocos não tem volta. Aquele tempo perdido não volta mais. Ele não parece ser um sujeito de cautela. Ele não tem o perfil da necessária prudência. Sua famosa insistência pode ser uma imensa imprudência. Sua consiência sabe disso, mas ele insiste. Por que ele acredita tanto nessas coisas? O que elas têm de mais? Ele sempre disse: o certo é saber que o certo é o certo. Ele sabe o que está certo, porque ele acredita e insiste em acreditar que ele nunca erra. Mas se ele desse ouvido a sua consciência! Ela está toda a hora advertindo e aconselhando: seja mais prudente, seja mais sensato, seja mais racional, seja mais razoável. seja mais crível. Mas ele é incrível. E gosta de ser incrível. Sempre apostou nos extremos e por isso respira e bate no peito.
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