Sensação estranha de amadurescimento. Ambivalências. Meus pais fazem 50. Eu faço 50. É normal fazer 50. Não nasci em 58 e, portanto, não tenho - ainda - 50. Tenho quase isso. E daí? Pois, e daí que estou ficando maduro, envelhecido, cheio de concreto armado. Meu fôlego está um aço. Hoje venci no tênis um cara de 23 anos. E numa boa. A imagem do casamento de meus pais. Lá estão meus avós maternos e paternos. Meu avô paterno eu pouco conheci. Ele morreu quando eu tinha 5 anos. Nas fotos da boda, meu avô tinha 5o e poucos. Nasceu no fim do século XIX. Ele carregava consigo uma bengala. Sempre imaginei meu avô carregando aquela bengala da foto. Ele é um velho aos 50. Sou eu um velho? Serei velho aos 50? Meu avô era velho aos 50. Talvez isso faça parte da geração deles, características das pessoas daquele tempo. Agora é o meu tempo. Vivo o tempo de hoje. Respiro com intensidade. Ambivalências. No tempo de amanhã meu neto vai olhar minha fotografia e comentar: Nossa, como o vô tá acabado!!! E ele ainda nem nasceu. Boda de ouro, boda de prata, boda de papiro. Não sei até quando a gente vai carregando essas bodas.
2 comentários:
Ambivalência é o estado comum dos adolescentes, que não sabem para que lado ir. Amadurecimento é saber ponderar, entender e decidir.
O problema não é carregar boda de qualquer coisa. O problema é carregar toda essa gente.
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