Um capitão não pode perder rumo e nem graça e deve abraçar o leme para cruzar solene os labirintos do ignorado. Um capitão de boné à vista não deve desprezar e menosprezar tudo aquilo que ele fez e construiu. Um capitão de amor próprio tem voz forte e rouca e deve demonstrar segurança e consciência de si mesmo. Um capitão sincero e gentil deve ter muita vergonha na cara e não pode ficar por ai contemporizando o significante do significado. Um capitão de poucas palavras não pode ser um político e nem mesmo um diplomata, ele tem que partir para a luta, mostrar a cara, dizer porque veio e mostrar para todos sua voz firme e audaciosa. Um capitão das gentilezas não pode passar a vida brincando de barquinho, jogando baralhos e falando de mulheres, porque a existência não é apenas uma forma de passar o tempo. Um capitão embriagado de razão necessita afastar -- certas vezes -- "o rum da vida", o cálice afrodisíaco que muitas vezes toma conta do ser imaturo e indefinido. Um capitão que valha a pena tem de ter palavra de homem honesto, deve rir quando tem de rir, deve ficar bravo quando tem de ficar bravo e deve ficar maluco quando a hora exige certa loucura. Um capitão de prosa e poesia não pode se dar ao luxo de ficar fazendo listas de abobrinhas, de sonhos emoldurados, de pensamentos perdidos ou de escritos pueris.
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