Meu amor desceu ladeira abaixo e me trocou por um venal. Eu não posso mais ficar aqui deitado, mofando os versos de uma paixão descontrolada. Eu prefiro ganhar espaço no tempo da minha desorganização. Preciso encontrar o meu entendimento.
Uma simples pausa para acalmar, um gole de água, dois goles de água e o tempo necessario e suficiente para pensar em ir além. O que fazer, então? Disco os números do celular. Alô, sou eu, tudo bem? Ontem você saiu tão perturbada daqui, levou a sacola, te liguei a manhã inteira e você não respondeu. Hoje é sexta-feira, a noite tá chegando.... O que está havendo? precisamos conversar. Tá bom, me liga um dia desses. A gente conversa. Tchau.
Deu, acabou, terminou. Era a bomba que faltava. Ela me largou por um venal, um cara simbiótico e pegajoso que mais parece um parasita que nunca leu nada de interessante. Um ser que frequenta shopping e faz cursos de malhação. Não acredito! como é que ela foi me trocar por um cara venal como esse?
O amor que tu me tinhas virou cacareco. Eu pertenço ao teu passado, mas tu estás tão presente..... Durmo? Não durmo? Saio? Não saio? Não consigo ler. Não consigo reler. Não tenho saco para ficar na frente da tv. Escovo os dentes, penteio os cabelos, tomo banho e escovo os dentes, penteio os cabelos. Fico nu no espelho, visto cueca, calça, camisa e tênis. Largo o espelho. Sigo o curso da rua. Ladeira abaixo. Eu me encontro. Lá eu encontro ela. De sacola na mão pronta para ir para a casa..... do venal.
Posse maldita e intragável que sempre questionei nas minhas teses carnavalescas. Maligna propriedade. Ontem ela era minha, estava aqui abraçada e sussurrando comigo os amores de Baudelaire. A gente se abraçava com tanta força, com tanto tesão, com tanta disposição e adormeciamos sagrados. E agora ela escapou ladeira abaixo e me trocou por um venal.
Que ódio eu sinto de mim. Por que fui tão bonzinho? Por que fui tão malvado? Por que sou tão desajeitado? Sim, minha timidez espalhafatosa foi a causa da circunstância. Foi sim, eu sei que foi, não mostrei para ela a necessária segurança. Talvez eu seja verde demais, tonto demais, zonzo demais, insosso demais. Talvez eu seja provinciano demais. Talvez eu tenha mau hálito, chulé, cacoete, asa, papo esquizofrênico, talvez minha casa cheire a bolor. Talvez eu seja um mofo, um ranço e por isso ela me trocou por um venal.
Lá vou eu - cheiroso e perfumado - descer ladeira a baixo a procura de algum sentido. Lá vou eu me esconder nos labirintos de uma cidade que eu pouco conheço, que não me pertence. Lá vou eu tentar encontrá-la nos porões da madrugada. Lá vou eu frequentar de novo as casas vazias, os amigos inconseqüentes, os amores que perdi. Lá vou eu de volta.
Uma simples pausa para acalmar, um gole de água, dois goles de água e o tempo necessario e suficiente para pensar em ir além. O que fazer, então? Disco os números do celular. Alô, sou eu, tudo bem? Ontem você saiu tão perturbada daqui, levou a sacola, te liguei a manhã inteira e você não respondeu. Hoje é sexta-feira, a noite tá chegando.... O que está havendo? precisamos conversar. Tá bom, me liga um dia desses. A gente conversa. Tchau.
Deu, acabou, terminou. Era a bomba que faltava. Ela me largou por um venal, um cara simbiótico e pegajoso que mais parece um parasita que nunca leu nada de interessante. Um ser que frequenta shopping e faz cursos de malhação. Não acredito! como é que ela foi me trocar por um cara venal como esse?
O amor que tu me tinhas virou cacareco. Eu pertenço ao teu passado, mas tu estás tão presente..... Durmo? Não durmo? Saio? Não saio? Não consigo ler. Não consigo reler. Não tenho saco para ficar na frente da tv. Escovo os dentes, penteio os cabelos, tomo banho e escovo os dentes, penteio os cabelos. Fico nu no espelho, visto cueca, calça, camisa e tênis. Largo o espelho. Sigo o curso da rua. Ladeira abaixo. Eu me encontro. Lá eu encontro ela. De sacola na mão pronta para ir para a casa..... do venal.
Posse maldita e intragável que sempre questionei nas minhas teses carnavalescas. Maligna propriedade. Ontem ela era minha, estava aqui abraçada e sussurrando comigo os amores de Baudelaire. A gente se abraçava com tanta força, com tanto tesão, com tanta disposição e adormeciamos sagrados. E agora ela escapou ladeira abaixo e me trocou por um venal.
Que ódio eu sinto de mim. Por que fui tão bonzinho? Por que fui tão malvado? Por que sou tão desajeitado? Sim, minha timidez espalhafatosa foi a causa da circunstância. Foi sim, eu sei que foi, não mostrei para ela a necessária segurança. Talvez eu seja verde demais, tonto demais, zonzo demais, insosso demais. Talvez eu seja provinciano demais. Talvez eu tenha mau hálito, chulé, cacoete, asa, papo esquizofrênico, talvez minha casa cheire a bolor. Talvez eu seja um mofo, um ranço e por isso ela me trocou por um venal.
Lá vou eu - cheiroso e perfumado - descer ladeira a baixo a procura de algum sentido. Lá vou eu me esconder nos labirintos de uma cidade que eu pouco conheço, que não me pertence. Lá vou eu tentar encontrá-la nos porões da madrugada. Lá vou eu frequentar de novo as casas vazias, os amigos inconseqüentes, os amores que perdi. Lá vou eu de volta.
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