Um quarto, uma luz sintética, mas escuro. Observa-se a penúmbra. Sente dor na nuca. A mesma dor na nuca. Detalhes menores que incomodam. Típica sensação epidérmica que incomoda. É como dor muscular na coxa, é como unha encravada. Mas a história é outra. De acordo com o gosto dos outros se aprende, então, a gostar. Numa hora, num certo momento de vida, percebe-se a insensatez. E chega a crise da contradição. O que fizeram de nossa existência? Viramos fumaça e tentamos reaver o paradoxo do retorno ao passado. Busca-se, então, uma narrativa discreta e silenciosa para ninguém ver. Uma solução final. De fato, ninguém percebeu a nossa luta pelo óbvio. A aposta que vale é no bem estar e no mesmo número na loteria. Tudo isso pode gerar um grande e incontornável erro. Não adianta gritar e nem berrar, porque sempre existe saída. O importante é acordar. Faz tempo. O doutor prescreveu certos remédios tendo em vista a dificuldade de dormir e a dificuldade de acordar. É bom estar ali com o corpo lerdo, faltando vontade, sentindo frio. Por isso existem as cobertas. A culpa é sempre do despertador que atrasa ou não toca. Então se indaga: que horas são?
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