Aspera ruga que no canto do rosto enruga. Apertada, exprimida, inchada ela aparece. Pó, muito pó, cremes, sabonetes e pomadas é preciso esconder. Criam-se maquiagens, tatuam-se aparências, aplicam-se soluções, mas ela continua ali, sempre ali, expressiva, insolente, camuflada chamando a atenção. E quando se acorda na manhã seguinte ela está ali exatamente no mesmo lugar, inflamando o mesmo canto do rosto que o espelho reflete. Simplesmente tu. Pó de tomate, repolho em calda, sabonete de giz, hálito de cobra nova, sangue da primeira menstruação. É preciso - dizem - ocultar os sinais da velhice e criar novas miragens. Resistir é preciso. É preciso resistir.
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