Frio na manhã da primavera de feriado nacional. Dia da república e do sentimento republicano. Os dedos ardem no teclado por causa de uma unha que encravou. Todos dormem e eu espero. Baixo músicas novas. Estilos de outras épocas. A eterna busca pelo belo perfeito que recomenda - de forma determinante -- fazer todos os exercícios necessários. Queimo os hits pirateados da nova e velha vanguarda no aparelho de MP3. Preparo-me. Necessito de movimentos continuados para conquistar o grande desafio. Correr até o Gasômetro e voltar. Devo fazer isso em 45 ou 50 minutos. É só traçar a direção certa, sem titubear. A cidade está vazia essa hora da manhã. Não se pode vacilar diante dos objetivos. Foi a estratégia de vida que escolhi. Erva quente, copo de leite, àgua fria, duas cápsulas azuis. E lá me vou no compasso de meus passos, nos movimentos continuados, os tênis bem amarrados, procurando toda hora a postura ereta, a pisada firme com o abdomen estendido. O boné - dizem - é maneiro e o aparelho faz o ritmo da velha canção que canto olhando para mim:
Até bem cedo esperei pelo telefonema, tapando com peneira, o sol que vai nascendo, não vou tomar café, nem escovar os dentes. Eu vou de aguardente como o sol que queima a praça. Bom dia boa tarde good night quero dar um tapa de topete e cara - vi nova york internada e meu amor não deu em nada nem sobrancelhas eriçadas e a essa altura do fato nem fumaça tem cano de descarga .......
(a velha canção que canto olhando para mim é do hojerizah - Pros que Estão em Casa)
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