Buscando não se sabe bem o quê.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Baby Doll


Meu rumo era o baby doll. Dinheiro no bolso. Loja perto. Só atravessar a rua. Sem risco nem nada. Estava tudo como eu queria. Objetivo único da saída - cumprir a promessa da noite anterior. Ali estava, na vitrine, bem exposto. Pijama, camisola e baby doll no corpo dos três manequins. Imaginava preta. Esses são marrons. A porta trancafiada e a paranóia de sempre. Não tive opção, toquei a campainha. A guria viu e me olhou. Achou que não tenho cara de bandido, deixou entrar. A primeira sensação de todos os sentidos foi sentir o perfume intenso que se estendia por toda a loja. Perfumes de boutiques - enjoativos depois de algum tempo. Fui direto ao ponto, aquele baby doll ali na vitrine, é esse que eu quero. Imaginei preto, disse. Não, não mesmo, respondeu a guria. É marrom. Sempre foi. Modelo lindo feito com tecido frio. Esta ai desde sábado. É este que eu quero.

Fui embora, com a sensação de que o fim de tarde valeu a pena.

(foto de J.R. Duran)

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