Buscando não se sabe bem o quê.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Bairro


No encontro da minha cegueira vislumbro os passos que caminham pelo bairro. Eles se vão com o vento primaveril que sopra quase forte. Sem rumo, sem voz e sem piedade. Do outro lado da esquina do sinal -- como sempre ocorre -- está o rapaz com cara de febril que passa descalço cambaleando entre os carros. Do outro lado da rua está um senhor mais velho a procura de latinhas para entregar para seu dono. Não percebo certos desesperos, porque ninguém percebe neste bairro esse tipo de coisa. E a toda velocidade um carro importado passa no sinal amarelo. Ninguém vê ninguém. Nele o homem com a grife da hora fala ao celular com a namorada. Marcaram o encontro no bairro, no café onde todos se encontram que fica ali na mesma rua. Na frente, nos dias de sábado, se estabelece ali a florista que vende as mais belas flores da cidade a preços exorbitantes. Tem quem compra, avisa ela... Tem quem compra....
foto: Marcelo Coelho

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