Desafogo meu tempo, como chocolate perdido na geladeira, como ânsia de viver o infinito, como o timbre agudo do miocárdio, como a música que ouço ao correr na movimentada avenida.
Como o dia de chuva, dia de sol, dia de neblina, dia de aço.
Como costelas e costeletas. Pernas e coxas. Peitos e asas. Como doces. Como quem devoro nas noites sublimes. Como a bebida como o vinho. Como o teu silêncio angustiado. Como os olhos, os dentes, a pestana triste. Como tudo que sempre gosto e gostei. Como a gula desesperada de ânsia. Como a alegria, a dor, a vivência da alma. Como tudo que tiver ao meu alcance. Como quem amo.
E assim passam os anos e continuo comendo, devorando meus limites, asfixiado pela noção do tempo que passa e dorme e sinto fome de viver cada vez mais.
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