Minha amada me disse ontem a noite que se eu não aparecer no vídeo ela vai me retirar da sua bloglist.
Passei a noite sonhando. De manhã, quando acordei, nada lembrei.
O que posso falar sobre o assunto?
Venho perdendo espaço. Aprendo com os mendigos, os abutres e os delegados, quero ver show, não quero saber de porcaria. Essa zorra na tv, esse domingo no parque, os faustões da vida acabada. Não quero mais nem isso, porque meu gosto, dizem, não é mais eclético, porque eu manipulo e redireciono para as minhas próprias conveniências. Porque assim me sinto grato, limpo e perfumado. Eu me blindo das chatices e idiotices mundanas. Não estou nem ai para o sucesso do Luan. Se a filha do meu amigo sabe todas as músicas eu não consigo aplaudir, porque tento evitar meu próprio cinismo. Não luto para ser autêntico, fato raro no auge dos nossos dias, quero apenas usufruir o conforto necessário e possível. Porque a resposta está dentro de mim. E só eu posso dá-la.
Um comentário:
Gostei muito do teu texto, porque também não consigo ser eclético aos olhos da maioria das pessoas. Gosto de diversos tipos de músicas, livros, filmes, e pinturas, mas para mim a qualidade e o elemento estético são fundamentais. Assim, com frequência as pessoas me olham com cara de surpresa quando não sei quem são os novos animadores de festas, que eles tratam por cantores, rock stars, sei lá, e as popuzudas da estação. Mas se ser eclético, e não conhecer a música dos outros séculos, não gostar do cinema francês, de óperas, e musicais, não quero ser eclético mesmo. Prefiro ser conservador, e tenho muito orgulho disso. Deus me livre ter que ver o Faustão ou os shows que exploram a miséria humana ao vivo.
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