Buscando não se sabe bem o quê.

terça-feira, 1 de março de 2011

Indômita


O jipe se equilibrava nas estradas molhadas e esburacadas do Lami. Nem parece Porto Alegre, comentou Rafael excitado e impressionado com o jeito dela, a maneira como olhava, como dirigia, sua forte determinação. Glória nada disse depois que se encontraram no Ocidente e a única vez que ela abriu a boca foi para convidar  para dar uma banda, tomar um drink em seu 'porto seguro'. Era isso o que ele procurava, uma aventura. A estradinha se fechou até chegarem a uma casa escondida. Ela desligou o farol e se beijaram, as mãos acariciaram os corpos e ele notou uma pequena cicatriz na barriga dela. Incomodada, ela disse que aquilo era a marca de um relacionamento equivocado. Sempre determinada ela subiu os três degraus até alcançar a pequena varanda da casa simples de madeira, singela e aconchegante. A sala, a cozinha, o quarto, o banho. Todos os detalhes cuidadosamente arrumados e decorados:  colchas de retalhos, bibelôs, uma pequena estante de livros pocket. A cama pequena, mas confortável.  Deitaram sobre a colcha, mas não se tocaram. Ela tirou a roupa e ele também. Em silêncio  se observaram com olhares atentos. Glória, depois de alguns bons minutos, pegou o canivete que estava escondido ao lado do abajour e mostrou para Rafael . Assustado ele disse: você não vai cortar o meu pinto, né? Ela riu e subiu em cima dele, encostando seus pelos em sua barriga. Excitado ele atiça: vamos, seja fêmea, feroz, suba, monte, mostre o que você sabe fazer. E ela - de canivete na mão - fez.

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Eu vi


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