Buscando não se sabe bem o quê.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Compromisso



Meu precioso, desejo concebido , fábrica que fabriquei,  fada fogosa, nunca te abandonarei. Não mais que um mês, poucos dias, folgas, férias, veraneios, tempo que voa, tempo que passa. Apenas isso, não mais que isso. Não te preocupes, sempre estou a voltar para aqui visitar e colocar nos teus ouvidos algumas palavrinhas que digito enquanto canto. Porque fiquei rouco de saudades e meu sussurro inaudível parece mofado pelo desencanto do meu próprio cansaço. E lá me vou pela vida afora, contando passagens, lendo redemoinhos, consultando calendários, deitando em redes curtas, falando como alma viva de um passado febril que sempre me consolou. Qual loucura de um amor tão sórdido que as palavras e o significado parece que não têm rumo ou nexo. Efeito reflexo de que algo se deslocou, saiu do lugar, escafedeu-se. Mas um dia -- de lua cheia ou vazia -- a volta é automática, compulsória, quase instantânea. Porque a saudade não é apenas uma ficção, uma teoria quase básica. É muito mais que isso, a lembrança de um sentimento de prazer que se mistura com a velha agonia do compromisso quebrado. E quando termino o alívio vem imediato, porque posso passar algumas semanas sem te ver. Porque coloquei a necessária gasolina, o nosso combustível, a dose exata para a sobrevivência. Até a próxima, porque já volto.

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