
O dia leve nasceu nublado e o chuveiro um pouco frio para essa época do ano. Custei para tirar o carro da garagem e resolvi ouvir música no trajeto. As questões políticas -- que antes sempre me fascinaram -- têm gerado sonolência. O samba bossa-nova toma conta da minha mente que reflete sobre os dias no Rio. Longe das balas perdidas pego a faixa do meio com as portas fechadas e o vidro levantado. Na ponte da azenha os viciados morrem de fome e pedem moeda que não dou. Nunca dou. O prédio do escritório, todo envidraçado, me olha com cara de segunda. Bom dia para o porteiro, para o zelador, para a servente. O elevador carregado de pessoas custa a chegar. Bom dia para as secretárias, os estagiários, os advogados. Mesa carregada de provas e documentos, escravo dos prazos me debruço sobre o computador. Antes, porém, para desopilar, uma rápida mensagem.
Um comentário:
Deus cego, quando você fala da sua rotina, parece tão humano que eu até me pergunto se você não tem bons olhos.
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