Buscando não se sabe bem o quê.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

La Différence


Pensa, pensa,  na ausência, na presença, no espírito vivo do corpo que abraça o teu, até adormecer e acordar com aquela estranha faixa de luz que nasceu para se fixar na direção dos teus olhos. Já é manhã de algum dia que pode até ser chuvoso.

As pálpebras que protegem os olhos mexem e remexem, não é mais sonho, sono, tampouco um rápido movimento,  a excessiva claridade incomoda e faz acordar, os olhos quase que fechados começam a espreitar  o quarto desarrumado, algumas  almofadas e roupas intimas estão no chão. O sapato descansa sozinho perto da porta ao lado de uma cueca vazia e isso pode ser extremante irritante.

Foi para algum lugar, algum recanto de mundo, pode ser um parque cheio de árvores roxas, onde é sempre agradável o  passeio de bicicleta. Pode ser uma sala vazia, mas com  gente olhando  como se fossem acusar. Pode ser, pode ser, pode ser.

Nunca se sabe a realidade dos outros. O que eles estão fazendo agora quando se espreguiça com tamanha lentidão. O que se sabe é o que imaginamos e muitas vezes, por isso, nos enganamos, porque somos diferentes. Os pés ainda estão dormindo, dormentes eles são espichados e mexidos, a cama está quente e lá fora está um forno. Todos já saíram e o dia apenas  começa.

Um comentário:

Lê Fernands disse...

o que nos mata é nossa projeção. se não criássemos expectativas, aceitaríamos algumas coisas como, de fato, o são!




bjs meus

Eu vi


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